sábado, 16 de abril de 2011

Fidelidade Doutrinária- Uma Necessidade Urgente


"Uma vez por todas vos digo, meus amigos:
 _ Os vossos trabalhos, os vossos labores não podem ficar no estreito limite da boa vontade e da propaganda, sem os meios elementares indicados pela mais simples razão. Não vem absolutamente ao caso o reportar-vos às palavras de Jesus Cristo quando disse que - a luz não se fez para ser colocada debaixo do alqueire. Não vem ao caso e não tem aplicação, porque não possuís luz própria!

Fazei a luz pelo vosso esforço; iluminai todo o vosso ser com a doce claridade das virtudes, disciplinai-vos pelos bons costumes no Templo de Ismael, templo onde se adora a Deus, se venera Cristo e se cultiva a Caridade. Então, sim; distribuí a luz, ela vos pertence! E vos pertece porque é uma produto sagrado do vosso próprio esforço, uma brilhante conquista do vosso Espírto - empenhado nas lutas sublimes da Verdade.

Fora desses termos, podeis produzir trabalhos que causem embriaguez à vista, mas nunca falem sinceramente ao coração. Podeis produzir emoções fortes, por isso que muitos são os que gostosamente se entregam ao culto do maravilhoso.; nunca porém deixarão as impressões suaves da Verdade vibrando as cordas do amor divino  no grande coração humano.

Fora dessa convenção ortodoxa, é possível que as plantas cresçam nos vossos grupos, mas é bem possível que também seus frutos sejam bastante amargos, bastante venenosos, determinando, ao contrário do que devia acontecer, a morte moral do vosso Espírito - a destruição, pela base, do vosso Templo de trabalho!" ... (grifo nosso).

(Allan Kardec- Livro A Prece Segundo o Evangelho).

Os ditos espíritas "inovadores", cheios de idéias novas, em combate aos mais conservadores, procuram deturpar a idéia do que seja a Fidelidade Doutrinária dentro do Movimento Espírita. E o fazem no intuito de confundir e trazer uma proposta "salvadora" para a Doutrina dos Espíritos.

Afirmam que os espíritas que buscam conservar os preceitos das bases Kardequianas, os espíritas ortodoxos, agem desta maneira, devido ao personalismo e com isto não admitem "as idéias novas", os enxertos e os modismos dentro do Movimento Espírita e por conta disto, buscam atacar àqueles que defendem a fidelidade doutrinária. Os Espíritas convictos agem em defesa da fidelidade doutrinária, muito mais no intuito de conservar o Ensinamento dos Espíritos em sua pureza e originalidade. E isto deve ocorrer mesmo, para se evitar que a mensagem dos Espíritos Superiores seja mal interpretada e deixe de executar seu papel fundamental, que é o esclarecimento quanto às verdades espirituais e o consolo ao aflitos.

Alguns movimentos não doutrinários se auto intitulam de Movimento da Maioridade das Idéias Espíritas( ?!?), e buscam através de conceitos deturpados da Doutrina Espírita renovar as Instituições.
E no perguntamos, quando foi que as idéias espíritas estiveram engatinhando ou mesmo em fase infanto juvenil?

Estas fases se desenvolvem a não ser dentro de nós mesmos, que vamos lentamente estudando e compreendendo o que Allan Kardec deixou na Codificação. Ademais, há muita gente que engatinha ainda nos Livro dos Espíritos, Livro do Médiuns, a Gênese e abre o Evangelho como se fosse consultar um oráculo, dizendo: Vamos ver o que cai hoje! Vamos ver o que eu preciso ler! Tudo isto sem estudo, sem método, algo mecânico, feito a esmo.

Afirmam que a Doutrina dos Espíritos está ultrapassada e valendo-se desta afirmação equivocada, propõem um novo tempo, uma nova era dentro do Movimento Espírita, propõem  o movimento de Humanização dos Centros Espíritas, movimento de transformação das casas espíritas, onde todos devam expor seus sentimentos, fazendo uma catarse coletiva, onde todos devam se abraçar e comemorar dentro das Casas Espíritas os encontros fraternos,  transformando as Instituições em palcos de espetáculos, de dança, de shows e de muitos aplausos, além das realizações de almoços e jantares, algumas vezes dançantes.
São deturpações de tudo o que o senhor Allan Kardec nos deixou. E acredito que se ele não se encontra encarnado atualmente, ele deve estar bastante triste no mundo espiritual, vendo sua obra em meio a tanta confusão, misturada a coisas que apetecem e saciam os sentidos físicos, mas não o espírito imortal. São ações para festejar o eu encarnado, esquecendo-se muitas vezes que o desencarnado está alí e pede socorro.

Djalma Montenegro de Farias em sua mensagem psicografada afirmou que o Centro espírita é antes de tudo uma Escola e um Hospital para os enfermos da alma, encarnados e desencarnados. Mas um  palco de diversões é o que temos encontrado em muitas destas Escolas do Espírito.

Onde a idéia do Codificador vai assentar? Se as bases foram deturpadas ou não lidas completamente e não compreendidas? A Codificação é de todos os tempos, necessário se faz seriedade e respeito para encará-la com coragem, para que ela seja o norteador das nossas vidas, das nossas ações e decisões diárias. O Espiritismo é a Doutrina Consoladora que veio direto das mãos do Cristo, quando Ele afirmou: "Não vos deixareis órfãos, mas rogarei a meu Pai que vos envie o Consolador. Àquele que repetirá tudo o que Eu disse e vos revelará coisas novas". Nossa responsabilidade é tamanha. Há muito joio misturado ao trigo em nossa Seara. Deveremos ser cônscios e responsáveis para não permitir que estes tais desvios se instalem em nossas Instituições.

Problemas há em todos os locais, no ambiente familiar, no ambiente profissional, no centro espírita, porque não? Divergências sempre haverão, porque onde há associações de pessoas, os problemas surgirão; porque são ajuntamentos de criaturas diferentes, com níveis intelectual e espiritual diferentes. Mas isto não indica que a Doutrina careça ser modificada. Os seus adeptos sim é que precisam se aprofundar mais no estudo e na prática, para melhor representá-la.

Portanto, a firmeza nos Postulados Espíritas nos traz a certeza de que como Espíritos eternos, aprendizes e devedores uns dos outros, necessitamos e muito aprender os Ensinamentos dos Espíritos em sua base, que nos foram trazidos diretamente das mãos de Jesus, para a nossa evolução. E, não tentar modificar, ajustar ou moldar a Doutrina Espírita à nossa pequena visão material, aos nossos desejos e caprichos.

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