segunda-feira, 18 de abril de 2011

DESINTERESSE MORAL X PERSONALISMO

"Por desinteresse moral entendemos a abnegação, a humildade, a ausência de toda a pretensão orgulhosa, de todo o pensamento personalista postos a serviço do Espiritismo".( Allan Kardec- Livro Viagem Espírita em 1862).

 Personalismo é a conduta que determina o próprio indivíduo como ponto de referência de tudo, exaltando seu próprio ego, fazendo predominar os interesses pessoais sobre os interesses coletivos.

O termo personalismo vem do idioma Francês, personnalisme, "egoísmo"; e do idioma Inglês, personalism; ambos derivados do idioma Latim, persona, "máscara de teatro, personagem". E tem como sinônimos- Individualismo egocêntrico. 02. Eucentrismo intoxicante. 03. Subjetivismo destrutivo. 04. Interesseirismo.


João Batista afirmava: "É necessário que o Cristo cresça e que eu diminua". Este deve ser o nosso norte. A mensagem espírita, o ensinamento espírita é o que importa. Nós seremos sempre aquele instrumento carente de afinação nas mãos dos Espíritos. Caso contrário ficaremos sem o apoio espiritual devido, ficaremos então entregues à própria sorte, ao nosso ego, ao nosso personalismo; não só nas tarefas doutrinárias, mas também no nosso cotidiano.

Certo dia um espírito amigo se apresentou e conversando conosco afirmou:
"Para servir ao Cristo, meus irmãos, não é necessário sentar na cadeira da frente, procurar se enaltecer, aparecer; porque na maioria das vezes àquele que está sentado lá atrás tem mais pureza no coração e mais amor".


Mensagem breve e verdadeira.

É isto que fazemos na maioria das vezes, o ciúme, a inveja, as disputas dentro das Instituições são traços inegáveis do Personalismo doentio. Pessoas há que invejam o outro, porque ele procura estudar mais um pouco, se aprofundar mais; outros sentem ciume porque fulano tem mediunidade ostensiva... E há também àqueles que se acham muito importantes por serem oradores espíritas´e se enaltecem por isto.
Deveria ser justamente ao contrário, àqueles que necessitam desta tarefa tão dificil, de pregar o Evangelho de Jesus, precisam de luzes para sí mesmos, na maioria das vezes, possuem excelente oratória, mas apresentam inúmeros débitos e esta é sua derradeira chance, de não mais errar, de não mais trilhar nos descaminhos. São oportunidades concedidas. Somos instrumentos e assim precisamos nos comportar, cônscios de que nós é que precisamos desta chance, mas o Mundo Maior conta com inúmeras possibilidades além de nós.
Então para que o Personalismo?


Espíritas amai-vos e Instruí-vos, este foi o lema deixado por Kardec, mas amamos muito pouco, nos instruimos em uma ou outra área e nos exibimos sobremaneira. Este tipo de atitude não concerne com o verdadeiro espírita. Temos que estudar sempre, o estudo dilata nossa capacidade de compreender e amar melhor, mas não deveremos exibir nossos feitos com finalidade de projeção social, posto que são conquistas nossas, pessoais, para o crescimento do nosso espírito encarnado, não com a finalidade de nos sobrepor a este ou outro companheiro de jornada. Esta não é a finalidade da Doutrina Espírita. O objetivo do Espiritismo é essencialmente moral e não pessoal.

O Personalismo representa um verdadeiro entrave ao crescimento espíritual, e ele pode ser observado em alguns locais, quando um membro da Instituição, busca projetar o seu nome ou o nome daquele a quem admira em negrito, sublinhado ou em letras garrafais, exibindo-o à frente dos outros, em longas exposições sobre seus méritos pessoais, em exibições de seu currículo e feitos. Isto é muito comum em simpósios, seminários, encontros fraternos e mesmo dentro das Instituições. São as ervas daninhas que temos que combater. Todo este tipo de projeção é desnecessária, pois o que está em questão é o aprendizado do Espiritismo e não a persona A ou B que se atribui importante.

Já escutamos a frase: Ah! Fulano sim é um Espírito de escol, é um Espírita Verdadeiro, não é qualquer um não!

Mais um traço do Personalismo.

Estas distinções são danosas ao crescimento espiritual e demonstra que não estamos aprendendo o que pregamos. Se o Evangelho afirma que todos somos iguais perante o Pai. Para que esta distinção? Não há ninguém que seja melhor do que ninguém, a nossa Constituição Federal afirma isto no artigo 5º ( Todos são iguais perante a Lei...), há àqueles que se esforçam mais, porém não podem se atribuir superiores, porque se crescem em um aspecto, precisam ainda vigiar e crescer em outro aspecto, pois assim a evolução espiritual se processa, nos dois aspectos, intelectual e moral.

Nenhum comentário:

Postar um comentário