terça-feira, 7 de junho de 2011

EXIGE A MORAL ESPÍRITA UMA CONDUTA ESPONTÂNEA

Há uma tendência bastante forte, no meio espírita, para um tipo de moral religiosa que se caracteriza pelo artificialismo. Compreende-se que grande número de pessoas, em conseqüência das heranças do passado e dos exemplos do presente, não consigam adotar outra forma de conduta.
Mas não é justo que os espíritas mais esclarecidos, de mente suficientemente aberta para as novas perspectivas que a doutrina abre sobre o mundo, continuem a formalizar-se na vida social.

O Espiritismo, ensina Kardec: “é uma questão de fundo e não de forma”.
De nada vale o exagero nas boas maneiras, a voz macia e os extremos de pureza formal, não comer carne, não fumar, não tomar bebidas alcoólicas, não freqüentar festas mundanas, não contar nem ouvir anedotas picantes, SE O CORAÇÃO NÃO ESTIVER LIMPO. A pureza que o Espiritismo nos ensina é INTERIOR. Deve, por isso mesmo, reger a nossa conduta, em vez de esperarmos que uma conduta artificial nos purifique. Quando o Espiritismo ensina que os formalismos do culto exterior são inúteis, ensina também que toda exterioridade sem raízes no coração é igualmente inútil. E é o mesmo que Jesus ensinava, ao repelir os formalismos da hipocrisia farisaica.Veja-se o caso do ascetismo, da fuga ao mundo, às responsabilidades pesadas da vida em sociedade, que o Espiritismo condena como produto do egoísmo. Se a encarnação é a nossa possibilidade de relações com pessoas e meios sociais, a que estamos ligados em virtude do passado, é claro que devemos aproveitar essa oportunidade e não inutilizá-la.

Estamos, agora, no lugar certo, como diz uma recente mensagem mediúnica, e seria prejudicial fugirmos a ele. O espírita não tem motivo algum para retornar às práticas da moral farisaica. 
A doutrina lhe ensina a espontaneidade, a naturalidade, e a correção dos seus erros e dos seus defeitos na própria relação com os semelhantes.

É na vida de relação que podemos evoluir. Querer forçar a evolução com abstenções e atitudes falsas seria iludir-nos a nós mesmos e também aos outros, o que é ainda mais grave. Ninguém vira santo por meio de fórmulas. Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, como Jesus ensinou, mas o que sai da boca. Nossa conduta deve refletir o que somos, e por isso devemos CUIDAR MUITO MAIS DO NOSSO CORAÇÃO DO QUE DAS NOSSAS APARÊNCIAS.
                                                                                                       ( Herculano Pires)

terça-feira, 10 de maio de 2011

LAZER NO CENTRO ESPÍRITA???

Observe o burburinho que os Movimentos Antidoutrinários estão tentando fazer. O certo é trocado pelo errado. Há uma imensa inversão de valores em nosso meio e muitos não querem enxergar.

Bezerra de Menezes, já afirmara que deveríamos nos manter firmes, apesar das pressões que a falange dos Inimigos da Doutrina tentam fazer neste momento de transição.
Nosso objetivo deve estar voltado para base Kardequiana. Observamos muitas pessoas fascinadas e que cedem às sugestões dos Inimigos da Doutrina, os quais já tentaram atacar a Doutrina de várias maneiras. Allan Kardec nos alertou que deveríamos permanecer unidos, como um feixe de varas e desta união sem mesclas, teríamos a fortaleza necessária para enfrentarmos todos os ataques, seríamos uníssonos no bem.

Mas, nos entristecemos e nos preocupamos deveras, porque o joio cresce em meio ao trigo.

Quando nos deparamos com cartazes divulgando eventos de Festas com Forró, Jantares Dançantes, Sorvetada Espírita, Feijoada Espírita, Apresentação de Bandas tocando MPB e todo tipo de Música dentro das Instituições, sabemos que alí não há preservação dos Ensinamentos do Codificador. Certo dia recebí um convite que dizia: Forró dos Namorados, dia tal, Centro Espírita tal... Inacreditável !!! Acompanhar estes festejos que carregam o nome de espírita é apenas uma desculpa para nossa consciência. Eu vou lá, mas é um Forró Espírita!

Todos estes tipos de evento são maravilhosos e fazem parte da manifestação popular e não há em nenhum livro da Codificação que o espírita sincero deva se abster de curtir uma boa música ou de dançar seu forró,  mas que isto aconteça de forma equilibrada e FORA da INSTITUIÇÃO.

O Centro Espírita é antes de tudo uma ESCOLA e um HOSPITAL.

 Imagine você, que mesmo em dias que não haja atividade no Centro Espírita, este local serve de ponto de apoio aos espíritos que trabalham socorrendo àqueles que acabam de desencarnar e muitos deles ainda estão sofrendo... Como fica a situação deles, quando é quebrada a proteção fluidica, magnética, por conta dos encarnados que estão mais preocupados em comemorar e extravasar suas sensações? Jantares, almoços, danças, barulhos... Estes eventos não são a finalidade de uma Casa Espírita.

É justo que os trabalhadores da Instituição queiram se confraternizar no final do ano. Então o que devem fazer?

Aluga-se um salão de festas, um clube ou realiza-se no salão de festas de algum prédio ou mesmo em um restaurante ou pizzaria. As opções são variadas. No entanto, se a justificativa para trazer a festa para dentro da Instituição é a falta de dinheiro dos trabalhadores, então melhor que não se realize confraternizações,  realiza-se apenas reuniões evangélicas comemorativas e alí haverá plena comunhão entre todos.

O lazer é um Direito Fundamental do Homem, isto é Constitucional. Mas o Centro Espírita não é local de lazer, porque as alegrias do espírito são outras. É a consciência de servir, de trabalhar com amor, equilibrio e respeito. Que possamos observar estes detalhes, que muitos consideram irrelevantes, mas que abrem brechas enormes para a entrada daqueles que não se afeiçoam conosco e com a nossa Doutrina.




sábado, 23 de abril de 2011

Quando Kardec chorou...


Esta é uma das mais lindas histórias que eu já lí. Sempre que posso, faço referência a ela.

Me comovo sempre que leio esta passagem, imaginando a emoção que o senhor Allan Kardec teve ao receber um embrulho em sua casa, naquele dia em que ele se encontrava triste, abatido pelas perseguições dos inimigos e as ironias dos falsos amigos, pensando até em desistir da sua missão, mesmo após a codificação de o Livro dos Espíritos...

 

Era inverno e a noite caia rápida e fria
Aquele homem desesperado caminhava triste e só...

No peito, a dor da separação promovida pela morte da esposa querida, dilacerava-lhe as fibras mais sutis dos sentimentos...

A prova amarga do adeus vencera-lhe. E ele, que sonhava com a felicidade de um matrimônio feliz e com um futuro adornado pela presença dos filhos, não passava agora de trapo humano, solitário.

As noites de insônia e os dias de angústia minaram-lhe as forças.

Faltava ao trabalho e o chefe ríspido, ameaçava-lhe despedir.

A vida para ele não tinha mais sentido, para que teimar em ficar vivo? Pensava...

Sem confiança em Deus, resolvera seguir o caminho de tantos outros, ante a fatalidade... ele iria suicidar-se.

Paris, a cidade luz, estava envolta no manto escuro da noite, e um vento gelado açoitava sem piedade.

Seguiu, a passos lentos, pelas ruas desertas e se deteve um momento a contemplar o rio Sena...

Talvez a correnteza o levasse dali e silenciasse, em suas águas escuras e profundas, o seu pensamento aturdido... Sim, essa seria a solução, pensou.

Dirigiu-se como um autômato até a ponte Marie, quase apagada pela forte serração e, ao apoiar a mão direita na murada da ponte para atirar-se, sentiu que um objeto molhado caiu aos seus pés.
Surpreendido, distinguiu um livro que o orvalho umedecera...

Tomou o volume nas mãos e caminhou, um tanto irritado, procurando a luz quase apagada de um poste vizinho, e pode ler no frontispício do livro: "Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito." Vinha assinado por um homem.

Mesmo um pouco indeciso, resolveu ir para casa e ler aquela obra que, por suposto, havia salvado a vida de alguém que pretendera, como ele, por termo à própria vida.

Já nas primeiras páginas encontrou motivos para viver e lutar, suportar com resignação e coragem os reveses da vida e refazer a esperança. Então ele desitiu da idéia do suicídio.

Leu o volume com dedicada atenção e resolveu presenteá-lo a quem lhe havia propiciado aquele tesouro.

Era abril de 1860, e numa manhã fria como tantas outras na cidade de Paris, o professor Rival recebe em sua residência uma certa encomenda cuidadosamente embrulhada.

Abriu e encontrou uma carta singela com os seguintes dizeres: "Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem como a sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de esclarecimento da humanidade, pois tenho fortes razões para isso."
Em seguida o autor da carta narra a história que acabamos de contar.

Allan Kardec, pseudônimo do ilustre professor francês Hippolyte Leon Denizar Rival, abriu a obra e leu em seu frontispício: "Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito."
A. Laurent.
 E logo após esta primeira assinatura de A. Laurent, outra dedicatória dizia:
"Salvou-me a vida também. Deus abençoe as almas que cooperaram em sua publicação"
Joseph Perrier.Kardec, aconchegando o livro ao peito, sentiu um bálsamo na alma a lhe renovar o ânimo, ele entendeu a sublime missão que lhe cabia como codificador da Doutrina Espírita, mensageira de consolo e esperança para a humanidade sofrida, e vislumbrando a paisagem da sua janela, uma lágrima rolou pelo seu rosto.

Essa obra que conseguiu, com suas páginas de luz, deter aqueles dois homens às portas do suicídio, veio à lume no dia 18 de abril de 1857, e é intitulada "O Livro dos Espíritos".

segunda-feira, 18 de abril de 2011

DESINTERESSE MORAL X PERSONALISMO

"Por desinteresse moral entendemos a abnegação, a humildade, a ausência de toda a pretensão orgulhosa, de todo o pensamento personalista postos a serviço do Espiritismo".( Allan Kardec- Livro Viagem Espírita em 1862).

 Personalismo é a conduta que determina o próprio indivíduo como ponto de referência de tudo, exaltando seu próprio ego, fazendo predominar os interesses pessoais sobre os interesses coletivos.

O termo personalismo vem do idioma Francês, personnalisme, "egoísmo"; e do idioma Inglês, personalism; ambos derivados do idioma Latim, persona, "máscara de teatro, personagem". E tem como sinônimos- Individualismo egocêntrico. 02. Eucentrismo intoxicante. 03. Subjetivismo destrutivo. 04. Interesseirismo.


João Batista afirmava: "É necessário que o Cristo cresça e que eu diminua". Este deve ser o nosso norte. A mensagem espírita, o ensinamento espírita é o que importa. Nós seremos sempre aquele instrumento carente de afinação nas mãos dos Espíritos. Caso contrário ficaremos sem o apoio espiritual devido, ficaremos então entregues à própria sorte, ao nosso ego, ao nosso personalismo; não só nas tarefas doutrinárias, mas também no nosso cotidiano.

Certo dia um espírito amigo se apresentou e conversando conosco afirmou:
"Para servir ao Cristo, meus irmãos, não é necessário sentar na cadeira da frente, procurar se enaltecer, aparecer; porque na maioria das vezes àquele que está sentado lá atrás tem mais pureza no coração e mais amor".


Mensagem breve e verdadeira.

É isto que fazemos na maioria das vezes, o ciúme, a inveja, as disputas dentro das Instituições são traços inegáveis do Personalismo doentio. Pessoas há que invejam o outro, porque ele procura estudar mais um pouco, se aprofundar mais; outros sentem ciume porque fulano tem mediunidade ostensiva... E há também àqueles que se acham muito importantes por serem oradores espíritas´e se enaltecem por isto.
Deveria ser justamente ao contrário, àqueles que necessitam desta tarefa tão dificil, de pregar o Evangelho de Jesus, precisam de luzes para sí mesmos, na maioria das vezes, possuem excelente oratória, mas apresentam inúmeros débitos e esta é sua derradeira chance, de não mais errar, de não mais trilhar nos descaminhos. São oportunidades concedidas. Somos instrumentos e assim precisamos nos comportar, cônscios de que nós é que precisamos desta chance, mas o Mundo Maior conta com inúmeras possibilidades além de nós.
Então para que o Personalismo?


Espíritas amai-vos e Instruí-vos, este foi o lema deixado por Kardec, mas amamos muito pouco, nos instruimos em uma ou outra área e nos exibimos sobremaneira. Este tipo de atitude não concerne com o verdadeiro espírita. Temos que estudar sempre, o estudo dilata nossa capacidade de compreender e amar melhor, mas não deveremos exibir nossos feitos com finalidade de projeção social, posto que são conquistas nossas, pessoais, para o crescimento do nosso espírito encarnado, não com a finalidade de nos sobrepor a este ou outro companheiro de jornada. Esta não é a finalidade da Doutrina Espírita. O objetivo do Espiritismo é essencialmente moral e não pessoal.

O Personalismo representa um verdadeiro entrave ao crescimento espíritual, e ele pode ser observado em alguns locais, quando um membro da Instituição, busca projetar o seu nome ou o nome daquele a quem admira em negrito, sublinhado ou em letras garrafais, exibindo-o à frente dos outros, em longas exposições sobre seus méritos pessoais, em exibições de seu currículo e feitos. Isto é muito comum em simpósios, seminários, encontros fraternos e mesmo dentro das Instituições. São as ervas daninhas que temos que combater. Todo este tipo de projeção é desnecessária, pois o que está em questão é o aprendizado do Espiritismo e não a persona A ou B que se atribui importante.

Já escutamos a frase: Ah! Fulano sim é um Espírito de escol, é um Espírita Verdadeiro, não é qualquer um não!

Mais um traço do Personalismo.

Estas distinções são danosas ao crescimento espiritual e demonstra que não estamos aprendendo o que pregamos. Se o Evangelho afirma que todos somos iguais perante o Pai. Para que esta distinção? Não há ninguém que seja melhor do que ninguém, a nossa Constituição Federal afirma isto no artigo 5º ( Todos são iguais perante a Lei...), há àqueles que se esforçam mais, porém não podem se atribuir superiores, porque se crescem em um aspecto, precisam ainda vigiar e crescer em outro aspecto, pois assim a evolução espiritual se processa, nos dois aspectos, intelectual e moral.

sábado, 16 de abril de 2011

Fidelidade Doutrinária- Uma Necessidade Urgente


"Uma vez por todas vos digo, meus amigos:
 _ Os vossos trabalhos, os vossos labores não podem ficar no estreito limite da boa vontade e da propaganda, sem os meios elementares indicados pela mais simples razão. Não vem absolutamente ao caso o reportar-vos às palavras de Jesus Cristo quando disse que - a luz não se fez para ser colocada debaixo do alqueire. Não vem ao caso e não tem aplicação, porque não possuís luz própria!

Fazei a luz pelo vosso esforço; iluminai todo o vosso ser com a doce claridade das virtudes, disciplinai-vos pelos bons costumes no Templo de Ismael, templo onde se adora a Deus, se venera Cristo e se cultiva a Caridade. Então, sim; distribuí a luz, ela vos pertence! E vos pertece porque é uma produto sagrado do vosso próprio esforço, uma brilhante conquista do vosso Espírto - empenhado nas lutas sublimes da Verdade.

Fora desses termos, podeis produzir trabalhos que causem embriaguez à vista, mas nunca falem sinceramente ao coração. Podeis produzir emoções fortes, por isso que muitos são os que gostosamente se entregam ao culto do maravilhoso.; nunca porém deixarão as impressões suaves da Verdade vibrando as cordas do amor divino  no grande coração humano.

Fora dessa convenção ortodoxa, é possível que as plantas cresçam nos vossos grupos, mas é bem possível que também seus frutos sejam bastante amargos, bastante venenosos, determinando, ao contrário do que devia acontecer, a morte moral do vosso Espírito - a destruição, pela base, do vosso Templo de trabalho!" ... (grifo nosso).

(Allan Kardec- Livro A Prece Segundo o Evangelho).

Os ditos espíritas "inovadores", cheios de idéias novas, em combate aos mais conservadores, procuram deturpar a idéia do que seja a Fidelidade Doutrinária dentro do Movimento Espírita. E o fazem no intuito de confundir e trazer uma proposta "salvadora" para a Doutrina dos Espíritos.

Afirmam que os espíritas que buscam conservar os preceitos das bases Kardequianas, os espíritas ortodoxos, agem desta maneira, devido ao personalismo e com isto não admitem "as idéias novas", os enxertos e os modismos dentro do Movimento Espírita e por conta disto, buscam atacar àqueles que defendem a fidelidade doutrinária. Os Espíritas convictos agem em defesa da fidelidade doutrinária, muito mais no intuito de conservar o Ensinamento dos Espíritos em sua pureza e originalidade. E isto deve ocorrer mesmo, para se evitar que a mensagem dos Espíritos Superiores seja mal interpretada e deixe de executar seu papel fundamental, que é o esclarecimento quanto às verdades espirituais e o consolo ao aflitos.

Alguns movimentos não doutrinários se auto intitulam de Movimento da Maioridade das Idéias Espíritas( ?!?), e buscam através de conceitos deturpados da Doutrina Espírita renovar as Instituições.
E no perguntamos, quando foi que as idéias espíritas estiveram engatinhando ou mesmo em fase infanto juvenil?

Estas fases se desenvolvem a não ser dentro de nós mesmos, que vamos lentamente estudando e compreendendo o que Allan Kardec deixou na Codificação. Ademais, há muita gente que engatinha ainda nos Livro dos Espíritos, Livro do Médiuns, a Gênese e abre o Evangelho como se fosse consultar um oráculo, dizendo: Vamos ver o que cai hoje! Vamos ver o que eu preciso ler! Tudo isto sem estudo, sem método, algo mecânico, feito a esmo.

Afirmam que a Doutrina dos Espíritos está ultrapassada e valendo-se desta afirmação equivocada, propõem um novo tempo, uma nova era dentro do Movimento Espírita, propõem  o movimento de Humanização dos Centros Espíritas, movimento de transformação das casas espíritas, onde todos devam expor seus sentimentos, fazendo uma catarse coletiva, onde todos devam se abraçar e comemorar dentro das Casas Espíritas os encontros fraternos,  transformando as Instituições em palcos de espetáculos, de dança, de shows e de muitos aplausos, além das realizações de almoços e jantares, algumas vezes dançantes.
São deturpações de tudo o que o senhor Allan Kardec nos deixou. E acredito que se ele não se encontra encarnado atualmente, ele deve estar bastante triste no mundo espiritual, vendo sua obra em meio a tanta confusão, misturada a coisas que apetecem e saciam os sentidos físicos, mas não o espírito imortal. São ações para festejar o eu encarnado, esquecendo-se muitas vezes que o desencarnado está alí e pede socorro.

Djalma Montenegro de Farias em sua mensagem psicografada afirmou que o Centro espírita é antes de tudo uma Escola e um Hospital para os enfermos da alma, encarnados e desencarnados. Mas um  palco de diversões é o que temos encontrado em muitas destas Escolas do Espírito.

Onde a idéia do Codificador vai assentar? Se as bases foram deturpadas ou não lidas completamente e não compreendidas? A Codificação é de todos os tempos, necessário se faz seriedade e respeito para encará-la com coragem, para que ela seja o norteador das nossas vidas, das nossas ações e decisões diárias. O Espiritismo é a Doutrina Consoladora que veio direto das mãos do Cristo, quando Ele afirmou: "Não vos deixareis órfãos, mas rogarei a meu Pai que vos envie o Consolador. Àquele que repetirá tudo o que Eu disse e vos revelará coisas novas". Nossa responsabilidade é tamanha. Há muito joio misturado ao trigo em nossa Seara. Deveremos ser cônscios e responsáveis para não permitir que estes tais desvios se instalem em nossas Instituições.

Problemas há em todos os locais, no ambiente familiar, no ambiente profissional, no centro espírita, porque não? Divergências sempre haverão, porque onde há associações de pessoas, os problemas surgirão; porque são ajuntamentos de criaturas diferentes, com níveis intelectual e espiritual diferentes. Mas isto não indica que a Doutrina careça ser modificada. Os seus adeptos sim é que precisam se aprofundar mais no estudo e na prática, para melhor representá-la.

Portanto, a firmeza nos Postulados Espíritas nos traz a certeza de que como Espíritos eternos, aprendizes e devedores uns dos outros, necessitamos e muito aprender os Ensinamentos dos Espíritos em sua base, que nos foram trazidos diretamente das mãos de Jesus, para a nossa evolução. E, não tentar modificar, ajustar ou moldar a Doutrina Espírita à nossa pequena visão material, aos nossos desejos e caprichos.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Reuniões Mediúnicas Sérias

Reuniões mediúnicas sérias tem o caráter dos seus participantes.
Se os participantes são abnegados, fiéis, dedicados à causa e evitam o ciúme, as desavenças e discórdias entre eles, estas reuniões têm tudo para dar certo.

Os bons espíritos se aproximam destes ambientes e formam uma verdadeira ponte entre o mundo espiritual e o material. Espíritos recém desencarnados são socorridos, outros esclarecidos, as reuniões servem como um laboratório do mundo espiritual. Os médiuns sentem-se seguros com sua tarefa e o mediunato fica então à serviço de Jesus.

Reuniões frívolas servem para o divertimento ou mesmo para a satisfação dos seus participantes. Questões banais são levantadas, pergunta-se de tudo neste tipo de sessão e os espíritos que se prestam a este tipo de reunião não podem ser espíritos sérios.


Kardec enfatizou bem o caráter especial das reuniões frequentadas pelos espíritas verdadeiros e sinceros:

"...Mas, ao lado dos espíritas simplesmente crentes ou simpáticos à idéia, há os espíritas de coração, e nos confessamos felizes por havermos deparado com eles em grande número. Vimos transformações que poderiam ser rotuladas de miraculosas, recolhemos admiráveis exemplos de zelo, de abnegação e de devotamento, numerosos casos de caridade verdadeiramente evangélica que poderíamos, com justiça, denominar: Os belos traços do Espiritismo.

Vale aqui lembrar que as reuniões exclusivamente compostas de verdadeiros e sinceros espíritas, daqueles nos quais fala o coração, apresentam um aspecto muito especial: todas as fisionomias refletem a franqueza e a cordialidade. Nós nos encontramos à vontade nesses ambientes simpáticos, verdadeiros templos onde reina a fraternidade. Tanto quanto os homens, os espíritos aí se comprazem, e é então que se revelam mais expansivos, que oferecem as orientações e caráter mais íntimo.

Pelo contrário, nos ambientes onde se registram divergências de sentimentos, onde as intenções não são puras ou onde observa o sorriso sardônico e desdenhoso em certos lábios, onde se sente o sopro da malquerença e do orgulho, onde se teme a cada instante pisar ó pé da vaidade ferida, há sempre constrangimento, embaraço e desconfiança.
Em tais locais os próprios Espíritos são mais reservados e os médiuns muitas vezes vêem-se paralisados pela influência dos maus fluidos que sobre eles pesam como um manto de gelo".

Seriedade com que se encara o Espiritismo

"Meus amigos! É possível que eu seja injusto para convosco naquilo que vou dizer: o vosso trabalho, feito todo de acordo - não com a Doutrina - mas com o que interessa exclusivamente aos vossos sentimentos, não pode dar bom fruto. Esse trabalho sem regime, sem disciplina, só pode de acordo com a doutrina que esposastes, trazer espinhos que dilacerem vossas almas, dores pungentes aos vossos Espíritos, por isso que, desvirtuando os princípios que ele assenta, dais entrada constante e funesta àquele que, encontrando-vos desunidos pelo egoísmo, pelo orgulho, pela vaidade, facilmente vos acabrunhará com todo o peso da sua iniquidade..." (Allan Kardec- Livro: A Prece- Segundo o Evangelho).



Sentimos um vento novo soprando discórdia e confusão. E gritam as vozes na histeria de baixo teor filosófico: "O Espiritismo carece ser modificado, ampliado ou mesmo atualizado". E vozes retumbantes criam eco em mentes um tanto vazias. E fazem isto em meio ao público em geral, nos arraiais de encontros fraternos, onde muitas vezes o respeito cede lugar à balburdia.

Kardec nos deixou claro que o Espiritismo não deve servir para o nosso deleite e diversão.

Práticas mediúnicas que deveriam ser realizadas com o mais alto zelo e recolhimento, proliferam-se à frente de multidões de expectadores, muitas vezes sem nenhum conhecimento espírita,  durante reuniões públicas evangélicas, onde a multidão é levada a aplaudir o show e o discurso infrutífero daqueles que mais buscam o reconhecimento pessoal do que o consolo dos aflitos.

Foge-se ao objetivo precípuo da Doutrina dos Espíritos.

Oradores a incorporar no meio da reunião pública, deveriam ter mais seriedade e respeito. Hoje assistimos oradores incorporando, cantando e fazendo exercícios para os músculos em meio à reunião doutrinária, levando o nome do Espiritismo ao ridículo. São os inimigos do Espiritismo que nascem e afloram dentro do seio do Movimento e que utilizam a máscara abominável da hipocrisia entre as pessoas de boa fé.

Outras vezes, vemos o orgulho a desfilar em criaturas que deveriam estampar suas preleções em estudos evangélicos, baseando-se em preceitos Kardequianos e, no entanto, aproveitam-se do momento de projeção durante a oratória e utilizam-se do púlpito para chamar a atenção para seus cursos de graduação e pós graduação, quando não, convidam sutilmente o público para visitar seu local de trabalho, seu consultório, com vistas a arrecadar bastante dinheiro.

A que Senhor servimos? A Deus ou a Mamon? A que nível chegamos?
Estamos utilizando a Doutrina para nossa projeção social e pessoal?
É este o objetivo da Doutrina dos Espíritos? Uma doutrina de amor, de abnegação, que Kardec tanto lutou para estabelecer suas bases em uma sociedade materialista.


Estamos nos utilizando da Doutrina Espírita a nosso favor, para preencher nossas carências, nossos egos e até nossos bolsos.

O que Kardec nos diz quanto à formação de Grupos Espíritas sérios à sua época:

" Um fato talvez mais importante do que a constatação em termos de quantidade, resultante também de nossas observações, é a seriedade com que se encara o Espiritismo. Onde quer que se pesquise - e podemos dizer: com avidez- busca-se o lado filosófico, moral e e instrutivo.
Em nenhum lugar vimos a prática espírita reduzida a motivo para distrações nem as experiências serem conduzidas como diversão. Invariavelmente as perguntas fúteis e a simples curiosidade são postas de lado. Em sua maioria os grupos são muito bem dirigidos, alguns mesmo de notável maneira, com o emprego pleno de verdadeiros princípios da ciência espírita."

Devemos nós espíritas, em favor da obra e da grandiosidade dos ensinamentos espíritas, apresentar total desinteresse moral e material, pois que se trata de questão ética, de princípio e de fidelidade à doutrina edificada por Kardec, anunciada por Jesus e trazida pelos Espíritos Superiores, resumindo, a Doutrina dos Espíritos não nos pertence,  faremos sempre usufruto dela, mas jamais ela será resumida a nossa pequenez.

Palavras de Kardec:

"Ao lado da especulação material, há aquela à qual poderíamos chamar especulação moral, isto é, a satisfação do orgulho, do amor próprio. É o caso dos que acreditam, sem interesse pecuniário, ser possível fazer do Espiritismo um pedestal honorífico para se colocarem em evidência"...